quarta-feira, maio 27, 2009

CB 300R semeando a discórdia.

Salve,

As vésperas dos lançamentos CB 300R e XRE300 as opiniões sobre as novidades da Honda se dividem. E o que mais se vê é fanatismo, tanto dos "hondeiros" quanto dos "yamaheiros", sobrando pouco espaço pra opiniões desprovidas de paixões.

CB 300R (Fonte: www.motokando.com)

De um lado estão os eternos "do contra" debochando e reclamando, acusando-as de não possuir tecnologia de ponta, de não ter freio a disco traseiro (no caso da CB300), de não ser flex, de ter pouca potência, de não ter isso, de não ter aquilo e assim vai. Isso é chatisse pura! Pode ter certeza que se as motos tivessem tudo isso eles ainda encontrariam outras coisas pra desqualificá-las.

Do outro lado estão os "paga-pau" apaixonados. Dizendo que as motos ficaram "lokas", que são o máximo em design, que serão indestrutíveis, resistindo até mesmo a ataques nucleares, que as venderão com 4 anos de uso e 300.000Km mais caras do que compraram, enfim, nonsense absoluto.

Vamos pontuar algumas coisas, a começar pelo conceito do belo. Algumas belezas são unanimidades, outras dependem unicamente dos olhos de quem vê. A beleza é subjetiva, não dá pra listar o que é preciso pra algo ser bonito. No caso das novas motos, elas impressionam no primeiro momento, dizer se são lindas ou horrorosas ainda é muito cedo, afinal ainda nem as vimos nas ruas, não as vimos rodando, os sentimentos certamente vão mudar muito, podem apostar.

Com relação a qualidade não sejamos hipócritas: motos Honda são sim duráveis e resistentes sim senhor! Não adianta querer provar o contrário. O que se vê de pobres CGs/Titans sendo usinadas, amassadas, raladas, surradas espancadas diariamente pelos motoboys não é mole, e ainda assim as vemos resistir bravamente. E igualmente vemos Yamahas sendo submetidas ao mesmo tratamento "carinhoso" e sobreviver incólumes.

E o desempenho? Bem, nas mesmas categorias (125, 250, 600, etc) nenhum modelo apresenta vantagem ou desvantagem gritante em relação a outro. Não consigo apontar qual é a melhor: CB600 Hornet ou Fazer 600? Twister ou Fazer? Meu, são detalhes que as diferenciam, e nem me venha com esse papo de que a Twister anda mais que a Fazer 250 e que Hornet "dá pau" em Fazer 600. O escambal! Já YBR 125 "despachar" Strada 200, que é considerada uma moto nervosa. Tudo depende: do peso do piloto, do estado da moto, da gasolina. Ah! Antes que eu me esqueça, já vi Fazer 250 que não passa de 130 no velocímetro, alguém explica?

E o mercado, como fica? Bem, dá pra argumentar contra 70% em favor da Honda? Mas esse ponto merece ainda mais uma consideração: quem corre atrás de quem? Pelamordedeus, não estou dizendo que a Honda é tão melhor assim que mereça esse percentual, só que a dona Yamaha é sim acomodada e pronto! Veja a Fazer 250, a Honda teve que voar em céu-de-brigadeiro com a Twister para a Yamaha se mexer. Além do mais, ela tem modelos show de bola lá fora que poderiam muito bem ser vendidos aqui. Que um exemplo? A lindinha FZ16 vendida na Índia, uma 150cc com cara de gente grande, linda. Ah, vão me dizer que não tem mercado, que não venderia por causa do preço, etc. Isso não justifica nada! Quer apostar quanto que essas novas motos da Honda vão vender feito água? E olha que preço (espera-se algo entre 12.000 e 13.000) não será melhor de seus atributos. Agora temos uma faixa entre 300 e 600cc que está completamente livre para exploração, onde temos apenas a vovó Suzuki GS500, uma ótima moto, mas beira a aposentadoria definitiva. Aí vem uma pergunta: cadê uma bicilindrica média? Ninguém tem, porque a (não) tão ousada Yamaha não nos surpreende?


FZ16 (Fazer 150)

Pra encerrrar, quer uma moto pequena e "fodona", pra deixar todo mundo lá pra trás no farol? Compre uma Kawazaki Ninja 250, mas se prepare para o preço. E para de reclamar seu xarope!
Kawazaki Ninja 250 (Baby Ninja)

3 comentários:

Motor disse...

Gostei do texto...mandou bem na parte em que diz que nas várias categorias não se vê diferenças gritantes entre os modelos, na parte "do contra" e dos "paga-pau" e na sua análise do mercado. Mas uma coisa é verdade: o mercado brasileiro de motos não está à altura do seu pontencial...ele é subjulgado...como vc mesmo deu de exemplo, outros países oferecem opções que no mínimo seriam de merecimento serem lançado aqui ou ainda desenvolver aqui mesmo modelos no mesmo nível. E "cá pra nós",reclamar é necessário. Devemos reclamar nas relações de consumo, com o governo e sua política tributária, da farras das passagens e tudo mais que envolva melhores condições de vida...

Fernando Nappe disse...

Caro "Motor",
Você está certinho quando diz que nosso mercado é subestimado, somos mesmos carentes! Carentes de modelos, carentes de qualidade, carentes de preço e também carentes de informação. Só com muita informação poderemos desenvolver o senso crítico e reclamar, ou mais que isso: agir! O consumidor deve ser soberano. Como diz a personagem: "Tô pagannnnndo!!"

Parabéns pelo ótimo ponto de vista,
obrigado pela leitura e volte sempre!

Unknown disse...

parabens!